quinta-feira, 21 de outubro de 2021

ENTREVISTA: Hiroya Oku, autor de GANTZ discute os planos atuais e futuros da série (Hollywood)

(foto: Daryl Harding)


Depois de mergulhar profundamente em como Hiroya Oku criou GIGANT na primeira parte desta série de entrevistas, Kaho Shibuya e eu conversamos com Oku-sensei sobre seus trabalhos anteriores, onde estão os direitos de GANTZ atualmente e onde ele gostaria de ver a popular franquia no futuro. Com uma pitada de sua reação ao apoio internacional.


Tivemos que sentar com meste Oku e seu editor no escritório de Shogakukan - permitindo-nos falar livremente e francamente sobre seus trabalhos.


Nota: a entrevista originalmente foi feita em japonês em 2021, antes da publicação do último capítulo de Gigant.

 

(foto: Daryl Harding)


  Daryl Harding: Existe a produção de muitos reboots de animes hoje em dia, como Shaman King e Sailor Moon. Com o anime GANTZ (agora com 17 anos), você gostaria de ver um reinício?


  Hiroya Oku: Uau, já faz tanto tempo assim? Eu me pergunto se um reboot de anime é possível para GANTZ ... Mesmo para mangás seinen, o mangá é repleto de nudez e cenas sangrentas. Quando GANTZ teve sua adaptação para anime, enfrentou muita censura. Disseram-me algo como "não podemos fazer como você quer" do produtor de TV. O diretor do anime parecia ter muitas dificuldades. Com as coisas ficando mais rígidas atualmente, eu honestamente acho que a ideia de um reboot é difícil.


  Harding: Que tal um remake de Hollywood? Você respondeu a um boato no Twitter com um emoji de rosto calado.


  Oku: (Risos) Sim, não posso falar sobre todos os detalhes desse assunto, mas uma empresa de Hollywood tem os direitos de adaptar GANTZ no momento e, a menos que eles nos devolvam os direitos, não poderemos fazer nenhum dos dois, seja um anime ou uma adaptação live-action do mangá. Esse é o tipo de contrato de Hollywood; eles possuem todas as adaptações, incluindo anime e live-action, exceto mangá.

  Há outro spinoff chamado "GANTZ: E" que está sendo serializado no Young Jump (ilustrado por Jin Kagetsu) atualmente, que foi permitido pelos produtores (por ser um mangá), embora uma adaptação para anime desse spinoff não possa ser feita. Fico triste com isso, para ser honesto.


Harding: Por quanto tempo eles têm esses direitos?


Oku: Cerca de mais quatro anos, eu acho. Acabamos de fechar um contrato no ano passado (2020). Eu não fui atualizado sobre como a adaptação de Hollywood está indo ou se ela realmente será feita. É provável que o COVID-19 tenha pausado vários projetos novos lá, e GANTZ é provavelmente um deles. Se for esse o caso, gostaria de ter os direitos de volta.

 

(foto: Daryl Harding)



  Harding: Sobre o filme em CGI japonês de 2016, GANTZ: O, você contribuiu na produção?


Oku: Eu deixei isso para a equipe de produção, mas eles me pediram para redesenhar itens como as armas X, armas Y e a motocicleta de uma roda. Parecia que eles queriam adicionar detalhes mais elaborados a cada dispositivo mecânico do que no mangá, o que eu gostei muito.

 Eles disseram que poderiam fazer com que cada arma exibisse letras no LCD ou que o cilindro girasse. Escrevi em comentários como "piscar uma luz azul" em algumas partes enquanto as desenhava.



Kaho Shibuya: GANTZ se tornou um sucesso internacional. Por que você acha que foi tão bem recebido fora do Japão?


Oku: Não me ocorreu se a obra foi bem recebida em países estrangeiros. Sim, GANTZ foi traduzido para línguas estrangeiras como mangá e e-books. No entanto, o sentimento de muitas pessoas fora do Japão lendo meu mangá ainda não caiu. Eu sei que há alguns comentários não japoneses em minhas postagens no Twitter, mas não tenho certeza se meus trabalhos são populares lá.


Shibuya: YouTubers no exterior compartilham fazem resenhas de mangás e animes, e quando eu procurei por seu trabalho, vários canais franceses surgiram, especialmente sobre GIGANT.


 Oku: Poxa, eu não fazia ideia. Me conta mais.


Editor do Oku: Certamente! Disseram-me que para a versão francesa de GIGANT Volume 1, o grande número de impressões era especialmente raro e, desde então, vi muitas reimpressões.


Harding: Quando eu disse ao meu editor na Crunchyroll que íamos entrevistá-lo, ele ficou extremamente animado. Todo o escritório ficou. Na minha opinião, por que seus trabalhos não seriam populares no Ocidente quando séries maduras como Game of Thrones e Westworld são amadas por um grande público?


Oku: Sério, você acha?


Harding: Bem, o mangá agora está vendendo mais que os quadrinhos americanos nos Estados Unidos [em volume].


  Oku: Eu vi muitas pessoas falando sobre isso na internet. Eu também li um tweet de crítica sobre o quanto os quadrinhos americanos têm que se preocupar com o politicamente correto e os direitos autorais, enquanto o mangá não. (risos).


Shibuya: Bem, coisas como direitos autorais são muito mais rígidas aqui. Alguns fãs americanos se referem a você como um Stan Lee japonês porque muitas vezes você e seus outros trabalhos fazem participações especiais em suas outras séries.


Oku: Ah! Oku-kun em "HEN" leva o meu nome, mas se asemelha mais com um amigo da época do colégio. Nem a aparência nem a personalidade são minhas.

  A razão pela qual mostrei os pôsteres de "GANTZ" em "Inuyashiki" é que quero escrever mangás que pareçam estar realmente acontecendo na vida real. Eu gostaria de usar nomes reais e coisas, o máximo possível. No entanto, para citar outras séries, você precisa de permissão e, francamente, é um pouco incômodo fazer isso todas as vezes. Foi por conveniência que escolhi GANTZ, uma vez que detenho os direitos.

 

(foto: Daryl Harding)


  Harding: Existem marcas para as quais você pediu permissão, mas eles disseram que não?


Oku: Isso aconteceu em GANTZ. Era uma cena enorme de extraterrestres invadindo a Terra e enquanto as enormes criaturas robóticas caminhavam, eles veriam o grande Gundam que fica na região Odaiba, pensando que ele era um inimigo a ser destruído. Eu queria desenhar isso, mas nunca tive permissão, então desisti da ideia.


Harding: Isso teria sido muito interessante.


Shibuya: Você mencionou que seu mangá muitas vezes imita a realidade, e eles foram adaptados para live-action com mais frequência do que anime.


  Oku: Provavelmente porque meu trabalho artístico é bastante realista.


Editor do Oku: Nos anos 90, havia mais programas de TV adaptados de mangá em live-action, mas ultimamente é tudo mais em anime, o que pode aumentar as vendas de mangá em 10 vezes, como vemos com Demon Slayer por exemplo.


Shibuya: Como alguém que assiste a muitas produções em live-action, é mais especial para você quando adaptam suas histórias para live-action?


Oku: Não em particular, sou fã de anime desde criança. Eu até entrei para um clube de animação no colégio e desenhei muitas coisinhas de animação. Conseguir uma adaptação de anime me deixa tão feliz quanto ter adaptações de live-action. No entanto, me preocupo que, como meus desenhos têm muitas linhas, pode ser difícil para animes feitos à mão se assemelhar ao meu desenho. Meu estilo de arte parece difícil de se mover na animação. Mesmo em Inuyashiki, enquanto os personagens são delicadamente desenhados em close-ups, percebi que muitas linhas parecem ter se perdido nas tomadas mais amplas e eu fico achando que minha arte não é muito propícia para animação.


Shibuya: Em relação ao anime GANTZ, a animação principal era ótima, mas houve momentos em que pensamos "É esse o personagem que vimos no mangá?" enquanto eles estão se movendo.


  Oku: Eu sei do que você tá falando. Os rostos dos personagens que desenho parecem com humanos reais, o que seria difícil para os animadores reproduzirem os traços faciais na animação. Um estilo de arte deformado seria muito mais fácil de animar. Meu estilo de desenho em mangá torna difícil manter a consistência da animação e eu sinto que isso é um problema quando se trata de criar adaptações para anime a partir do meu mangá. Eu meio que me sinto mal pelos estúdios de anime (risos). Mesmo que o orçamento de produção seja igual ao de outros programas, animar meu trabalho requer muito mais linhas, portanto, mais trabalho e tempo na arte.


Editor do Oku: Muitos fãs de mangá ficam animados com as adaptações em anime como uma espécie de "versão melhorada" do trabalho original. Então, realmente ajuda se o trabalho do mangá tiver algum espaço para crescer, o que pode ser compensado no anime. Os animadores ficam motivados para desenhar visuais mais dramáticos para algumas cenas emocionantes e adicionar algumas batalhas legais, tanto quanto os leitores em geral que se inspiram para desenhar fanfics. Na minha opinião, o trabalho do meste Oku é perfeito por si só, o que significa que não há o que melhorar. Talvez seus mangás não sejam compatíveis com essa história de "o anime torna o mangá mais bonito e famoso".


  Shibuya: Como você conseguiu uma arte tão única? No início da sua carreira, o estilo parecia bastante cinematográfico, mas acabou chegando ao ponto em que os leitores podiam dizer com certeza que se tratava de um desenho seu.


Oku: Gradualmente, descobri isso desenhando uma série após a outra. Na verdade, é muito sutil para os outros perceberem, mas tento mudar a aparência do meu estilo de desenho para cada mangá. Meu estilo de desenho antes de "HEN" era bem diferente, mas quando tive a ideia de "HEN", pensei que uma mistura de mangá-shojo e estilo "cartoon" se encaixaria no tema da série. Depois de "HEN", eu queria desenhar novamente um estilo de arte mais dramático, que se tornou o "Zero One", mas foi um fracasso comercial. Por isso, desenhei "GANTZ" um pouco mais mangá do que "Zero One". "Inuyashiki" é onde eu pude finalmente adicionar um toque super detalhado e dramático e fazer com que pareça um conteúdo de seinen mesmo. Agora estou tentando tornar a arte um pouco mais casual para "GIGANT".

 

Harding: Qual é o seu estilo favorito de desenhar?


Oku: Acho que adoro desenhar o estilo dramático de "Inuyashiki".


 

(foto: Daryl Harding)


Shibuya: Enquanto você desenhava "GANTZ", você mencionou em uma entrevista que "Personagens bonitos como Kurono e Kato são mais difíceis de desenhar do que alguém como o Sr.Suzuki". Isso mudou?


  Oku: Eu gosto de trabalhar personagens bonitos, mas desenho de rosto tão bonito é difícil de manter uma harmonia. Eles são tão frágeis que um pequeno acidente pode arruinar tudo. Homens velhos como o Sr.Suzuki podem ser desenhados de maneira grosseira e sempre parecem funcionar. Rostos bonitos requerem atenção e esforços extenuantes. Cada vez que desenho personagens bonitos, espero criar meu visual ideal conforme desenho mais e mais, sem ficar consertando toda hora.


Shibuya: Achei a primeira capa de "Inuyashiki", o rosto do velho com rugas detalhadas e tudo, incrivelmente realista. Quanto tempo demorou para desenhar?


  Oku: Não leva muito tempo, mesmo com todas aquelas rugas. Desenhar o próprio Inuyashiki não precisa de muita atenção para ficar bacana, então posso relaxar enquanto desenho. Desenhar personagens bonitos consome muito mais energia. Em relação a "GIGANT", ambos os personagens principais Papico e Rei são bonitos e eu tenho que desenhar com foco intenso enquanto os visualizo vividamente em minha cabeça.

Na verdade, muitos artistas de mangá dizem que gostam de desenhar velhinhos, porque é fácil. Não há pressão com esses personagens.


Harding: A impressão das pessoas sobre suas obras em geral, principalmente porque a mais conhecida é "GANTZ", é de que tudo é só erotismo, bizarrice e violência. Você usa esses três elementos intencionalmente?


Oku: Sim, eles são na verdade meus gêneros favoritos de assistir, como Game of Thrones e The Boys. Eu amo uma obra com esses elementos, assim como uma tigela de lámen com cada uma das minhas coberturas favoritas. Eu acho que realmente, o que eu quero escrever é algo que eu mesmo quero assistir. Se houvesse outro eu, eu imagino que ele ficaria super animado lendo meu trabalho. É assim que me sinto cada vez que escrevo uma história. Então, naturalmente, meu mangá tem esses elementos centrais.


Editor do Oku: Desculpe por comentar de novo... mas acho que o trabalho do mestre Oku pode até ter erotismo e bizarrices, mas também fala de amor e tem cenas cômicas bobas também. Como editor, tem muitos ingredientes e é bastante saboroso. Acho esse tipo de entretenimento bastante rico em comparação com o conteúdo recente que se tem em gêneros como moe ou ecchi. Eles são feitos especialmente para cada base de fãs. A história do mestre Oku me faz sentir muito contente como editor.


  Harding: Você trabalhou com três grandes editoras no Japão: Shueisha, Kodansha e agora Shogakukan. Existem diferenças ou você trabalha de forma diferente? Como se ajustar a cada editora?


Oku: Não, eu não faço uma tentativa de mudança para cada empresa. Todas elas têm sua própria cultura corporativa, mas não é muito óbvio para mim identificar como elas variam entre si e presto pouca atenção a esse tipo de coisa. Eles me deram ofertas e eu respondi a cada uma delas por ordem de chegada.


  Editor do Oku: Não acho que o gênero seinen varie muito dependendo da editora. Fui um editor freelance até o ano passado. A Kadokawa é hábil na criação de muito conteúdo, a Shonen Jump é uma potência da Shueisha sem comparação. Todos eles têm seus próprios pontos fortes, mas as revistas seinen não são tão obviamente diferentes umas das outras.


Shibuya: É incrível que você tem muitos fãs não japoneses, mesmo que você não saiba da popularidade internacional e não esteja particularmente almejando isso.


Oku: Duvido que qualquer artista de mangá japonês comece tentando fazer mangás voltados para leitores estrangeiros. Se você pensar sobre seu público de maneira muito ampla, a série pode se tornar sem graça e entediante. Você precisa ganhar fãs que possam ler seu conteúdo antes dele ser traduzido em outras línguas.


Shibuya: Você está interessado em fazer sua aparição em convenções internacionais?


Oku: Eu não gosto de voos longos ... (risos)


Shibuya: Você também não mostra mais seu rosto para o público, existe um motivo para isso?


Oku: Eu costumava mostrar minha cara antes que a internet se tornasse uma grande parte do nosso dia a dia. Recentemente, com o Twitter e outras redes sociais, acho chato quando sua foto é compartilhada sem o seu conhecimento e as pessoas fazem comentários maldosos sobre o seu visual. Nada de bom pode acontecer quando os criadores de mangá mostram sua cara publicamente. Quer dizer, isso não vai ajudar as vendas de mangás. Mais e mais criadores de mangás das gerações mais jovens optam por não serem fotografados, provavelmente por causa da internet e como haters podem falar horrivelmente sobre sua aparência.


Harding: Tá sendo bem diferente dos anos 80 né? Lembro-me de ver uma vez na capa da Shonen Jump os rostos dos autores.


  Oku: Eu lembro disso. Costumavam tirar fotos em grupo de artistas nas festas da editora, mas não mais. Presumivelmente, os autores não queriam aparecer em fotos, mas não falavam sobre isso. Ultimamente, não faço idéia de como são os mangakás da Shonen Jump, até mesmo se são homens ou mulheres.


Editor do Oku: Até pouco tempo, eles ainda colocavam os endereços residenciais reais dos autores, para os fãs enviarem cartas. Algumas crianças iam até as casas e tocavam a campainha, segurando uma placa para ser autografada.


Oku: Eu ouvi muito essas histórias. Mais antigas do que os anos 80, como Fujiko Fujio, Tetsuya Chiba e a era do mestre Osamu Tezuka. Isso é impensável hoje em dia.


Harding: Revelar onde você mora seria assustador com o Google Earth por aí...


Editor do Oku: Eu vou a cerimônias de premiação e aceito em nome dos autores vencedores, e quando minha cara vai parar em fotos na internet quando as pessoas pesquisam o nome do autor, vejo comentários como "Nossa, esse velho ainda consegue escrever?", e eu penso "Calma aí! Esse sou eu." (risos) A internet não é legal.


  Oku: Eu realmente lamento ter concordado em ter meu rosto exposto em fotos tiradas no passado, porque as pessoas ainda podem procurá-las no Google e continuar usando.


Shibuya: Você é reconhecido por causa disso?


Oku: Na verdade não, mas devido ao tipo de conteúdo que faço, as pessoas de alguma forma presumem que sou assustador. Sempre que recebo um novo assistente no trabalho, eles dizem "Achei que você seria uma pessoa assustadora". Eles ficam surpresos ao descobrir que sou super comum.


Harding: Por último, há algum comentário que você gostaria de fazer aos fãs internacionais?


Oku: Para começar, eu não penso em um público em particular enquanto escrevo meu mangá. Como um criador de mangás japonês, comecei a escrever na esperança de ser aceito aqui no Japão. Então, a ideia de pessoas de fora do Japão amarem minha série, fazem com que me sinta fantasticamente afortunado. Tudo o que posso dizer é: obrigado. Se você gosta do meu trabalho, por favor, aguarde por mais. Vou ficar como estou e manter meu estilo peculiar e continuar a escrever do meu próprio jeito original. 


  Harding e Shibuya: Ao contrário da violência e loucura em seu trabalho, você é uma pessoa tão tranquila. Agradecemos por dedicar um tempo de sua agenda lotada para esta entrevista.


Oku: De nada. Eu que agradeço.


 

Hiroya Oku sem mostrar o rosto (foto: Daryl Harding)


Daryl Harding é correspondente no Japão da Crunchyroll News. Ele também dirige um canal no YouTube sobre coisas do Japão chamado TheDoctorDazza, tweeter @DoctorDazza e posta fotos de suas viagens no Instagram.


Kaho Shibuya é um talento japonês que pode ser encontrado exibindo suas fotos de cosplay no Twitter e Instagram e jogando videogame no Twitch.


Originalmente escrito por: Daryl Harding

Tradução: Gantz Brasil




quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Gantz está de volta! Hiroya Oku lançará o spin-off mensal Gantz: E

Vários anos se passaram desde a conclusão de Gantz , um dos mangás mais representativos dos anos 2000. O trabalho, inacabado na versão animada, gerou ao longo do tempo vários spin-offs, na forma de novels leves e mangás. Em breve, veremos um novo, intitulado Gantz: E e que fará sua estréia no Weekly Young Jump.



A hipótese do retorno de Hiroya Oku na revista seinen onde ele publicou Gantz, da editora Shueisha, já havia sido levantada por vários meses. Foi apresentada uma prévia em que o protagonista parecia pertencer ao mundo do Japão feudal.

Uma semana após essa publicação, muito mais foi revelado sobre o trabalho: Hiroya Oku retornará ao mundo de Gantz com o spin-off Gantz: E , preparado por quatro desenhistas com o designer de Jin Kagetsu. O cenário feudal ainda está confirmado, então veremos os personagens da esfera negra em um contexto completamente diferente do que estamos acostumados.
Gantz: E será mensal, apesar de ser publicado no semanário Weekly Young Jump. O primeiro capítulo estará presente na edição 6-7 da revista, saindo logo mais.

Gantz foi publicado de 2000 a 2013 e, durante sua vida útil, alcançou fama suficiente para permitir a produção de diferentes spin-offs como Gantz Minus, Gantz Nishi, Gantz: G, Gantz EXA e Gantz no Moto: Oku Hiroya, todos produzidos por Hiroya Oku ou supervisionados de outra forma pelo autor original.


Leia o mangá clicando aqui

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fonte: asapland.com
tradução: Alvarock

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Hiroya Oku e os filmes de Hollywood (2ª parte da entrevista com o autor)



Entrevista por Misaki C. Kido

Você já se perguntou de onde um grande artista ganha suas influências? Hiroya Oku admite a sua paixão e admiração por filmes de Hollywood e outros meios de comunicação populares, o que explica, em parte, a sua narrativa cinematográfica nos mangás Inuyashiki e Gantz . Mas quão profundo ele vai para expressar verdadeiramente algo original que já não tenha sido feito por Hollywood? É o jeito mais profundo que se possa imaginar.



Esta é a Parte 2 da entrevista com Hiroya Oku . Clique aqui para Part 1 (sobre Inuyashiki) .






Kodansha Comics (KC): Você tem algum hobby?
Hiroya Oku (HO): Adoro colecionar bonecos e assistir filmes. Eu sempre assisti filmes. Às vezes eu vou assistir um filme no cinema, e no caminho de casa, eu alugo um outro filme. Acho que assisto pelo menos um filme por dia. [risos]
A estatueta de Reika de GANTZ na mesa de Oku.

KC: Que tipo de filme você gosta de assistir? 
HO: Geralmente eu gosto de ação ou ficção científica, mas também assisto a romances ou dramas, ou todos os filmes da América, França, Irã, ou em qualquer lugar que pareça interessante.

KC: Você assistiu algum filme bom recentemente?
HO: Eu gostei Kingsman: Serviço Secreto.

KC: Você acha que assistir filmes ajuda a sua narrativa de alguma forma?
HO: Eu não quero ficar na cola de nenhuma moda de Hollywood e videogames. Eu uso a internet para manter a minha expressão mais avançada do que a mídia lá de fora. É que eu quero tirar a minha própria expressão, um pouco mais do que o que já tem lá. Meu objetivo é fazer algo que não foi feito por ninguém ainda. Se alguém fala: "Ah, isso parece o jogo Halo", isso significa que não fiz algo realmente interessante, porque não é realmente original. Se alguém diz: "Eu nunca vi nada como isso antes," então isso é o que eu tava procurando. Seja mangá, filmes ou anime... as pessoas não estarão interessadas ​​em seu trabalho, se você não fizer algo novo.

sala de áudio de Hiroya Oku. Ele tem uma tela de projeção, também.


KC: É difícil fazer uma obra original, quando você não tem nada para comparar? 
HO: Eu acho que é, e não é. Eu estou observando o que foi feito e o que não foi feito em filmes e em videogames. Com base nisso, eu simplesmente me pergunto: "isso foi feito antes?" O indicador está lá, então eu não tenho muita dificuldade de fazer histórias originais.


KC: Se Inuyashiki fosse um filme, que gênero seria dado a ele?
HO: Eu acho que seria mais ou menos de ficção científica ou super-heróis. Eu sempre amei o gênero super-herói desde que eu era pequeno, como Kamen Rider e Ultraman . Eu realmente não assisto essas séries de hoje em dia, mas eu ainda assisto as adaptações de filmes de quadrinhos de super-heróis americanos, tipo Homem-Aranha.

KC: Qual é a sua opinião de adaptações cinematográficas de quadrinhos?
HO: Eu acho que muitas vezes fazem um trabalho realmente bom transformando uma HQ em um filme. Honestamente, eu não sou tão interessado nos quadrinhos norte-americanos em si. Mas quando eles se tornam um filme, de repente fica mais atraente a leitura. É incrível notar que pessoas muito talentosas trabalham duro na obra original, como nos desenhos, por exemplo, e tudo aquilo se torna um filme live-action moderno.

KC: Você se inspira ao olhar para o trabalho de outras pessoas, como esses filmes?
HO: Absolutamente. Isso é basicamente tudo para mim. Eu meio que olho para eles [os criadores de Hollywood] como meus rivais. Isso me motiva a ir acima e além do que eles estão criando. Eu mesmo devoro os artbooks e livros de referência que detalham o processo de trabalho de todos esses filmes, e comparo com os trabalhos finais do filme real. É fascinante ver diferentes partes da produção do filme atribuído a talentos geniais. É com certeza difícil superá-los com a minha própria equipe pequena. No entanto, ainda temos que tentar, porque é inútil apenas "copiar" o Homem- Aranha e os Vingadores. Tentando é a única maneira de superar o que já foi feito. Isso é o que está no fundo da minha mente quando eu estou fazendo mangá.

Esta é apenas uma fração da coleção pessoal de filmes do Oku..


KC: Qual é o seu signo?
HO: Eu sou de Virgem.

KC: Você pretende trabalhar em Hollywood um dia? 
HO: Não. Na verdade, eu realmente não gosto de viajar para o exterior, porque eu estou com medo de voar em um avião. [risos] Então nada de sair daqui.

KC: E se um mangá seu virasse um filme de Hollywood, como você se sentiria então?
HO: Se isso acontecer, eu provavelmente vou ficar muito feliz. E eu estou esperando que isso aconteça algum dia. Mas isso é mais como um sonho e também tem a ver com sorte. Então eu não estou contando muito com isso.

KC: Você sabe algo dos fãs em outros países do seu trabalho?
HO: Se o meu mangá ressoa com alguém no exterior, isso significa apenas que a pessoa compartilha o meu gosto. Isso em si não seria tão surpreendente. Porque é da mesma forma como os filmes de Hollywood são apreciados por pessoas diferentes ao redor do mundo. Eu sou influenciado por filmes e videogames que eu gosto e tento  fazer algo a mais do que aquilo que já existe. Se as pessoas compram e gostam, elas vão me fazer feliz, mas isso é normal.

KC: Você tem algum comentário para seus fãs?
HO: Só de saber que há alguém de uma parte completamente diferente do mundo que gosta de ler meu mangá, me sinto muito feliz. Eu estou tentando fazer Inuyashiki como se fosse um único filme, e ele vai ficar mais emocionante conforme a série progride. Então, eu espero que os leitores sigam em frente e acompanhem Inuyashiki .

KC: Obrigado!

fonte: http://kodanshacomics.com/
tradução: Alvarock

domingo, 20 de março de 2016

O criador de Gantz, Hiroya Oku, ataca novamente!

Se você pensa que já leu de tudo no universo dos mangás... pense de novo! Inuyashiki é um dos mais novos mangás "quebra-cabeças" do autor de Gantz, Hiroya Oku.



Sobre o autor: 

"Eu tento fazer a história que quero ver a seguir", diz Hiroya, que nasceu em Fukuoka, Japão. Fez sua estreia como mangaká com HEN (dividido em duas séries diferentes, cada uma com uma trama original) que foi serializada na popular revista Weekly Young Jump. Após o sucesso de HEN, uma adaptação em live-action foi ao ar na TV em 1996.
Em 2000 ele começou a trabalhar em seu mais famoso mangá, GANTZ, que usava fundos em CG, impulsionando cenas emocionantes. Foi adaptado para anime, jogos e filmes live-action, evoluindo com a amplicidade da mídia.
Em 2014, Hiroya lançou o seu mais recente sucesso, Inuyashiki.
Vamos ver o que ele tem a dizer sobre sua nova criação.

Entrevista com Hiroya Oku


Kodansha Comics (KD): Como foi a sua infância?
Hiroya Oku (HO): Quando eu era criança, eu gostava de brincar na rua. Jogava beisebol com outras crianças, andava de patins e brincava de esconde-esconde. Eu era uma menino comum.

KD: Quando você começou com os desenhos?
HO: Eu comecei a desenhar no jardim de infância. Lembro de ter sido influenciado por um outro garoto que tava desenhado na areia com uma pedra. Eu comecei a desenhar personagens de super-heróis tokusatsu (os efeitos especiais) do programa de TV. Eram apenas rabiscos simples, então era mais fácil do que desenhar seres humanos.

KD: Você lia mangá naquela época?
HO: Não mesmo. Eu costumava mais assistir TV, então eu via animes como Star of the Giants e KIMBA do Tezuka (o leão branco). Lembro de ter começado justamente com esse.

KD: Você ainda assiste animes?
HO: Não, eu raramente assisto animes.

KD: O que estava fazendo entre sua série anterior, GANTZ e a atual, Inuyashiki?
HO: Na verdade, não houve muito tempo entre uma e outra. Já pensava em Inuyashiki enquanto terminava Gantz. Inuyashiki já estava em processo de criação. Então assim que Gantz terminou, eu já tinha Inuyashiki.


KD: Como foi a criação de Inuyashiki?
HO: Quando eu ainda estava terminando Gantz, o pessoal da editora Kodansha veio me perguntar se eu queria fazer meu próximo mangá em sua revista, então eu comecei a pensar em que tipo de história eu faria. Lembro de estar assistindo o novo filme do Astro Boy. A história de um menino que que morreu e então fizeram um robô para substituí-lo. Eu achei isso interessante. Se eu pudesse fazer minha própria versão da história, com esse mesmo esquema, poderia ser uma nova série. Esse foi o início de Inuyashiki. Quando estava trabalhando com Gantz para a Shueisha, eu tava muito preocupado com os números de popularidade e de vendas do meu mangá. É da cultura dessa revista fazer os personagens visualmente atraentes como regra tática. Quando eu comecei a trabalhar para a Evening da Kodansha, houve mais liberdade, então eu sugeri começar um com um adolescente feio como personagem principal. Eles deram sinal verde e eu comecei a desenhar o personagem. Mas algo não estava funcionando direito. Foi aí que eu tentei desenhar um homem de idade no lugar do adolescente e deu certo.

KD: Como você descreveria os dois personagens principais de Inuyashiki?
HO: Ambos eram humanos e se tornaram robôs, e por isso começaram a sentir um vazio na vida, afinal seria difícil para qualquer um lidar com isso. Eu imaginei o que eu sentiria caso acontecesse comigo, de virar uma máquina de um dia pro outro. Afim de se livrar desse vazio, um personagem começa a salvar vidas com seu novo corpo, e o outro começa a matar. Um torna-se o bem e outro torna-se o mal. E eles acabam tendo que lutar entre si.



KD: Então esses personagens tem corpo de robô e coração de humano?
HO:  Isso mesmo. Eles foram copiados de seres humanos, mas quando eles percebem que não são realmente humanos, eles ficam tristes pela nova realidade, assim eles tentam provar que estão vivos traçando novos rumos.

KD: É uma espécie de história dramática, então.
HO: Sim, sim. Astro Boy era assim também. E assim como no mundo de Astro Boy, os robôs não têm os mesmos direitos que os humanos. Isso torna-se um conflito quando o robô tem uma personalidade humana. Esse é um tema em curso para todas as obras de ficção-científica, então eu quis fazer a minha maneira.



KD: Você prefere escrever histórias ou desenhar?
HO: Gosto dos dois. Eu gosto do processo de pegar várias características e transformá-las em um mangá. Gosto de escrever e desenhar, tanto que me tornei isso que sou. Quando eu escrevo um mangá, eu começo com um plano em minha mente composto por lógicas e teorias. Mas eu tenho que combinar esses pensamentos e componentes soltos em uma única peça. Só mais tarde, quando eu olhar para aquilo, eu posso ver o que se tornou. As vezes ele acaba sendo melhor ou pior do que eu esperava. E isso é interessante pra mim. É como um experimento científico. Você tem uma teoria. Algo como misturar quimicamente A e B correndo o risco de uma explosão. As vezes vai de acordo com a sua teoria e as vezes torná-se uma explosão maior do que esperada (risos).

KD: Você tem algum exemplo de um experimento que deu errado em Inuyashiki?
HO: No meu mangá, usamos fotos como pano de fundo e CG. Então é difícil dizer como a cena vai soar até que esteja pronta. Por exemplo, nas cenas em Inuyashiki onde os personagens voam no céu, nós usamos um drone. Uma pessoa foi contratada para capturar essas cenas de visão panorâmica do mangá. Nós também alugamos um helicóptero para ter uma visão mais elevada, mas a partir do momento da decolagem, eu sabia que não seria possível capturar uma determinada cena que eu queria sem um drone. Eu não tinha ideia do que o drone iria capturar exatamente, mas acabou por cer uma cena com mais "presença" do que eu imaginava. Eu não acho que alguém já tenha usado essa cena num mangá ou talvez seja raro em filmes live-action. Então eu fiquei muito feliz. Pareceu mesmo um voo.

KD: Como é o processo do seu trabalho digital vs tradicional?
HO: Tudo, exceto pessoas e animais, é feito digitalmente. A maior parte dos cenários, os mechas e tal... mas qualquer coisa que esteja "viva" é desenhada à mão.

KD: Quando você faz um mangá, você tem um determinado publico em mente?
HO: Não exatamente. Eu tento fazer a história que eu quero ver a seguir. Eu acabo imaginando outras pessoas como eu. Um publico que gosta de todas as coisas do entretenimento, como filmes. Eu tento fazer um mangá que seja interessante para essas pessoas. Caso contrário, não há concluir. Todo mundo pensa de forma diferente e não tem como agradar todo mundo, então eu só faço o que é interessante para mim. Alguém com gostos semelhantes vai acabar apreciando o meu mangá.

Veja o que Hiroya faz de melhor!




Tradução: Alvarock
Fonte: http://myanimelist.net/

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Kei Kishimoto

Personagem



Kei Kishimoto foi uma garota que surpreendentemente apareceu nua na sala Gantz.
A razão é que ela tentou se matar cortando os pulsos enquanto tomava banho.


Com excelentes notas no colégio, o futuro de sucesso era altamente esperado por sua mãe. Sua irmã não era tão inteligente quanto ela, por isso Kishimoto se sentia pressionada. A expectativa era muito grande pra ela.
No entanto, Kishimoto foi levada para um hospital e conseguiu escapar da morte. Descobriu-se então que a Kishimoto da sala Gantz era uma cópia criada por uma decisão precipitada e errada de Gantz.


Originalmente ela não tem nenhuma grande habilidade de sobrevivência para uma pessoa na sala Gantz. No entanto, ela é do tipo que toma medidas extremas quando se trata de proteger quem ama (Kato) mesmo que isso signifique auto-sacrifício.



---- Comentário do Hiroya

A morte da Kishimoto não foi planejada desde o início. Eu pensava nela apenas como uma heroína que floreava a história.
Sobre a morte dela, uma parte da equipe dizia: "Tem certeza que vai matá-la tão cedo?". Mas tudo foi apenas parte do improviso na hora de escrever a trama. Na parte em que via a morte do Kato, foi praticamente automático fazê-la morrer também.

texto e imagens: http://gantzx.jp/
tradução: Alvarock

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

GANTZ G - Capítulo 2

No capítulo anterior - inserido no ano de 2005 - conhecemos os alunos de um colégio que estavam em viagem com seus professores e enquanto brincavam no karaokê, acabaram sofrendo um acidente de transito que lhes custou a vida, levando-os à sala da esfera negra. Dessa vez, um colégio abandonado cercado de montanhas.

Temos como principais personagens os alunos Naiki e Kei Kurona (uma versão feminina do Kei Kurono?) e já na escola abandonada, personagens que se assemelham aos clássicos Nishi e Reika/Izumi, porém, neste spin-off eles fazem o tipo de personagens dispostos a ajudar e liderar, assim como Kato tentava fazer.

O primeiro alienígena apresentado pela esfera é o Besta/Fera, mas outros surgirão no meio da missão. Isso você pode conferir no capítulo 2 linkado a baixo

2 - No Zoológico


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Leia o novo spin-off "Gantz:G"




Está sendo serializado na Miracle Jump!
Um novo GANTZ, "GANTZ: G", em que o próprio Hiroya Oku está trabalhando.


Um trabalho spinoff de Gantz, "GANTZ: G", tem sido serializado na Miracle Jump.
(Edição de 17 de novembro de 2015, Escritor Original: Hiroya Oku, Desenho: Keita Iizuka)

Hiroya Oku é responsável não só em fazer a história, mas também o name, ou seja, um breve esboço do desenho em rascunho, onde pode ser visto descrições detalhadas sobre a construção das expressões dos personagens.
Este é exatamente um novo "GANTZ". O encarregado do desenho é o novato, Keita Iizuka, bom em desenhos de ficção científica.

【Capítulo 1】download

Numa tarde em 2015. Um ônibus leva estudantes do ensino médio em uma viagem escolar e acelera ao longo de uma rodovia. Os alunos desfrutam do karaokê no ônibus.
Uma garota chamada Kei começa a cantar, quando de repente, o ônibus começa a balançar ficando fora de controle e acaba caindo de uma ponte.

- Os estudantes acordam e descobrem que estão em um tipo de escola abandonada de madeira. No centro da sala de aula, uma esfera preta misteriosa fixada no chão ....

Não perca "GANTZ: G", estreando com o maior número de membros teletransportados até agora na história GANTZ!





texto e imagens: http://gantzx.jp/g/


tradução: Alvarock